Estylística

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Office dos Dois Mundos, 1907 - 194 pages
 

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Popular passages

Page 84 - As filhas do Mondego a morte escura Longo tempo chorando memoraram; E, por memoria eterna, em fonte pura As lagrimas choradas transformaram: O nome lhe puzeram, que inda dura, Dos amores de Ignez, que ali passaram. Vêde que fresca fonte rega as flores, Que lagrimas são a agua eo nome amores.
Page 88 - Auriverde pendão de minha terra, Que a brisa do Brasil beija e balança, Estandarte que a luz do sol encerra E as promessas divinas da esperança . . . Tu que, da liberdade após a guerra, Foste hasteado dos heróis na lança, Antes te houvessem roto na batalha, Que servires a um povo de mortalha!
Page 82 - Parte de antigo bosque, escuro e negro, Onde ao pé de uma lapa cavernosa Cobre uma rouca fonte, que murmura, Curva latada de jasmins e rosas. Este lugar delicioso e triste, Cansada de viver, tinha escolhido Para morrer a mísera Lindóia.
Page 170 - Ave banhada em mares de esperança, Rosa em botão, crisálida entre luzes, Foste o escolhido na tremenda ceifa! Ah! quando a vez primeira em meus cabelos Senti bater teu hálito suave; Quando em meus braços te cerrei, ouvindo Pulsar-te o coração divino ainda; Quando fitei teus olhos sossegados, Abismos de inocência e de candura, E baixo ea medo murmurei: Meu filho!
Page 89 - Entre leões e tigres ; e verei, Se nelles achar posso a piedade, Que entre peitos humanos não achei : Alli co'o amor intrínseco, e vontade Naquelle, por quem mouro, criarei Estas reliquias suas, que aqui viste ; Que refrigerio sejam da mãi triste.
Page 89 - ... Se já nas brutas feras, cuja mente Natura fez cruel de nascimento, E nas aves agrestes, que somente Nas rapinas aéreas têm o intento, Com pequenas crianças viu a gente Terem tão piedoso sentimento, Como co'a mãe de Nino já mostraram...
Page 86 - Se o âmbar corre-lhe aos pés?! "Ao rei! ao rei poderoso! Ao reino que não tem fim! Como o Eufrates caudaloso Corra a onda do festim!" — "Perdão: as taças, senhores, Não podem, tão sem lavores, A festa de um rei convir; Temos os vasos sagrados!
Page 90 - De entre os aromas de pomar sombrio: Se é doce mares, céus ver anilados Pela Quadra gentil, de Amor querida, Que esperta os corações, floreia os prados: Mais doce é ver-te, de meus ais vencida, Dar-me em teus brandos olhos desmaiados Morte, morte de amor, melhor que a vida.
Page 142 - Se eu conseguisse um dia ser mudado Em verde beija-flor, oh! que ventura! Desprezara a ternura Das belas flores no risonho prado.
Page 89 - Mova-te a piedade sua e minha, Pois te não move a culpa que não tinha.

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