Poesias

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Imprensa nacional, 1851 - 458 pages
 

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Popular passages

Page 43 - Tais contra Inês os brutos matadores, No colo de alabastro, que sustinha As obras com que Amor matou de amores Aquele que depois a fez rainha, As espadas banhando, e as brancas flores, Que ela dos olhos seus regadas tinha, Se encarniçavam, férvidos e irosos, No futuro castigo não cuidosos.
Page 314 - É aquelle que alem vem ! — Vae já busca-lo, meu filho, Que bastante fome tem. Olha agora, vês as nuvens, Como ellas fugindo vão ? Desde que o pobre chamaste, Já se não ouve o trovão. A caridade, meu filho, É um preceito de Deus ; A quem a cumpre devéras Ajuda-lhe Deus os seus. — Pois...
Page 8 - EI-LO erguido no topo da serra, Recostado no seu arcabuz : De pequeno creado na guerra, Não conhece — não vê outra luz. Viu a terra da pátria aggredida, Ergueu alto seu alto pensar : — Pula o sangue, referve-lhe a vida . Vinde ouvir-lhe seu rude cantar ! Era noite, sem lua, sem nada \ E debaixo do negro docel Reluzia-lhe a fronte crestada, Relinchava-lhe o negro corsel. Fora noite talhada á sortida :, Fora d'horas quem ha de velar? — Pula o sangue, referve-lhe a vida : Vinde ouvir-lhe...
Page 359 - Vêl-o salvo, cantandb-me assim : Entre as marchas fazendo trincheira, Mais te amo, gentil vivandeira. Não me assustam trabalhos da lida Nem as balas me fazem chorar; Ai que vida, que vida, que vida, Esta vida passada a cantar! Qu'eu lá sinto no campo o tambor À fallar-me meiguices de amor.
Page 208 - Que bellezas nos legou ! ! Pungido de acerbas dores, Pelo Tejo, seus amores, Foi o rei dos trovadores.... Foi o Cysne que expirou ! Como Ovidio, desterrado Lá na gruta de Macáu, Só tem o pranto enxugado Pela mão do pofcre Jáu.
Page 206 - D'esse fero Adamastor ! Era um astro fulgurante, Era um poeta gigante, Tinha mais alma que o Dante, Cantava com mais amor! No peito coberto...
Page 210 - N'este sec'lo de torpeza, Só tem por toda a grandeza A Camões por pedestal. Alli vivem as victorias Já do povo, já do rei ; Alli...
Page 172 - D'el-rei Dom Sebastião! E depois, por muitos annos, Viverá o bom rei; Ensinando a nós profanos A crermos na sua lei. Tudo então será festejo, Parece que já o vejo Moço ainda a governar; Sem d'Alcacer ter saudade, Nem mesmo sequer vontade De novo por lá voltar.
Page 360 - Só na guerra se sente o viver, Só na guerra se acabam vaidades, Só na guerra não custa a morrer. Ai que vida, que vida, que vida, Ai que sorte tão bem escolhida ! Ai que vida que passa na guerra Quem pequena na guerra viveu, Quem sósinha passando na terra Nem o pai, nem a mãi conheceu. Quem a vida quizer verdadeira E
Page 313 - Isso é, que eu bem o sei: Mas castigo só por isso, E' tão grande ... não direi. — Não me lembro de mais nada; Só se foi. . . mas isso não, Por não ter dado a um pobre A metade do meu pão. —Pois o castigo, meu filho, E...

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