Os lusiadas: poema epico ...

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Pereira, 1920 - 515 pages
 

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Popular passages

Page 151 - Naquele engano da alma, ledo e cego, Que a Fortuna não deixa durar muito, Nos saudosos campos do Mondego, De teus formosos olhos nunca enxuito, Aos montes ensinando e às ervinhas O nome que no peito escrito tinhas.
Page 259 - LXIV Dos cavallos o estrepito parece, Que faz que o chão debaixo todo treme: O coração no peito, que estremece De quem os olha, se alvoroça e teme: Qual do cavallo voa, que não dece; Qual co'o cavallo em terra dando, geme; Qual vermelhas as armas faz de brancas; Qual co'os pennachos do elmo açouta as ancas.
Page 150 - Tu só, tu, puro Amor, com força crua, Que os corações humanos tanto obriga, Deste causa à molesta morte sua, Como se fora pérfida inimiga. Se dizem, fero Amor, que a sede tua Nem com lágrimas tristes se mitiga, É porque queres, áspero e tirano, Tuas aras banhar em sangue humano.
Page 304 - Nem quem acha que é justo e que é direito Guardar-se a lei do rei severamente, E não acha que é justo e bom respeito, Que se pague o suor da servil gente...
Page 152 - Ignez ao mundo determina, Por lhe tirar o filho, que tem preso; Crendo co'o sangue só da morte indina Matar do firme amor o fogo acceso. Que furor...
Page 81 - Vereis este, que agora pressuroso Por tantos medos o Indo vai buscando, Tremer delle Neptuno, de medroso, Sem vento suas aguas encrespando. Oh caso nunca visto e milagroso, Que trema e ferva o mar, em calma estando! Oh gente forte e de altos pensamentos, Que tambem della hão medo os elementos!
Page 174 - O fortes companheiros, ó subidos Cavalleiros, a quem nenhum se iguala, Defendei vossas terras ; que a esperança Da liberdade está na vossa lança.
Page 206 - Vi claramente visto o lume vivo, Que a maritima gente tem por santo Em tempo de tormenta, e vento esquivo De tempestade escura, e triste pranto. Não menos foi a todos excessivo Milagre, e cousa certo de alto espanto, Ver as nuvens do mar com largo cano Sorver as altas aguas do Oceano.
Page 12 - Este receberá placido e brando, No seu regaço o Canto, que molhado Vem do naufragio triste e miserando, Dos procellosos baixos escapado; Das fomes, dos perigos grandes, quando Será o injusto mando executado Naquelle, cuja lyra sonorosa Será mais afamada, que ditosa.
Page 194 - A que novos desastres determinas De levar estes reinos e esta gente? Que perigos, que mortes lhe destinas, Debaixo dalgum nome preminente? Que promessas de reinos e de minas De ouro, que lhe farás tão facilmente? Que famas lhe prometerás? Que histórias? Que triunfos? Que palmas? Que vitórias?

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