Revista de historia, Volume 7

Front Cover
Emprêsa Literária Fluminense., 1918
 

Other editions - View all

Popular passages

Page 53 - ... antigo a que já se não sabe o nome, porque não ha lá quem o diga, e jamais o casal, a courella, a habitação humana, quasi que sentimos aquelle zumbido que o excesso do silencio parece produzir, e como que nos opprime o espirito um sentimento indefinido de solidão.
Page 53 - Quando nos foraes dos séculos xn e xm se vão seguindo aquellas extensas demarcações dos termos dos concelhos (principalmente dos situados no sul do reino) que se dilatam por muitas léguas em faixas tortuosas e enredadas ; quando vemos frequentes vezes indicarem-se ahi como balisas apenas a penedia dentada que orla o espinhaço das serras, o carvalho que nasceu insulado, a velha...
Page 11 - Gil Vicente tendências para a Reforma e seus propugnadores cai, na minha opinião e salvo o devido respeito pelas opiniões contrárias, num erro análogo ao daquele que suposer no Marquês de Pombal irreligião por a sua política o ter levado a expulsar os Jesuítas, a mandar decretar um novo Regimento para a Inquisição, o qual aliás foi sempre iludido ou mal observado (679).
Page 130 - É este o último documento meu conhecido relativo a Paula Vicente passado em sua vida; quatro anos depois já estava morta. Efectivamente, em 7 de Fevereiro de 1577, assinou a infanta D. Maria um alvará no qual declara, «que havendo eu respeito aos serviços que Paula Vicente, que foi minha moça da câmara, me fez em todo tempo que me serviu, e por outros respeitos que me a isso movem, hei por bem e me prás de fazer mercê a D. Helena da Silva, sua sobrinha, filha de D. Valéria sua irmã, de...
Page 111 - Em este passo se vay o Anjo Gabriel, e os anjos aã sua partida tócão seus instrumentos, e cerra se a cortina...» É muito interessante esta rubrica por nos revelar como nesses tempos, no tablado, o nosso pano de boca era substituído por uma simples cortina que corria, certamente para os lados, sobre corrediças, como as das camas. Passa-se depois ao segundo mistério, o da Natividade. Estão vários pastores discorrendo e é nesta altura que se anuncia a Mofina Mendes, pastora de Paio Vaz, que...
Page 33 - A farsa seguinte foy representada ao muyto alto e poderoso Rey dom loam, o terceyro deste nome em Portugal, ao nacimento do muyto desejado Príncipe dom Manoel seu filho. Era do Senhor de MD XXXII.
Page 9 - Senhor dos ceos, compray grande soma do temor de Deos na feyra da Virgem, Senhora do mundo, exemplo da paz, pastora dos anjos, luz das estrelas ; aã feyra da Virgem, donas e donzellas.
Page 37 - E, para remate da aventura, o tal «moço da câmara do vento» era dos que sabiam «a Brivia de cor> e não acertavam com a Ave Maria, um cristão novo, em suma. Esta alusão ao alvará falso assenta, sem dúvida, sobre algum facto verdadeiro. Alguém, fora da cena, na vida real, havia sido agravado ultimamente com qualquer despacho simulado. Ora, que Gil Vicente, observando a declaração feita na rubrica de ser esta tragicomédia...
Page 32 - Deos e seus prégadores animar a estes « e confessá-los e provocá-los, que escandalizá-los e' « corrê-los, por contentar a desvairada opinião do
Page 112 - Í3, eols. 3 e 4.) Deitam-se a dormir os pastores, aos quais se tinham juntado outros, «e logo se segue a segunda parte, que he hua breve contemplação sobre o nacimento». Realiza-se este eo Menino ouve-se chorar dentro do berço; o Anjo chama os pastores para virem adorar o recém-nascido e por fim, depois dos anjos tocarem os seus instrumentos, as virtudes cantarem e os pastores bailarem, vai-se tudo embora. E assim, a ouvir este auto do seu poeta predilecto, passou D. João III, se não alegre,...

Bibliographic information