Selecta camoniana: ou, excerptos dos Lusiadas

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v. Bertrand, 1863 - 314 pages
 

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Popular passages

Page 149 - LXIV Dos cavallos o estrepito parece, Que faz que o chão debaixo todo treme: O coração no peito, que estremece De quem os olha, se alvoroça e teme: Qual do cavallo voa, que não dece; Qual co'o cavallo em terra dando, geme; Qual vermelhas as armas faz de brancas; Qual co'os pennachos do elmo açouta as ancas.
Page 118 - A's ondas torna as ondas que tomou; Mas o sabor do sal lhe tira, e tolhe. Vejam agora os sabios na escriptura, Que segredos são estes de natura.
Page 264 - Nem me falta na vida honesto estudo, Com longa experiencia misturado, Nem engenho, que aqui vereis presente, Cousas que juntas se acham raramente.
Page 74 - Naquele engano da alma, ledo e cego, Que a Fortuna não deixa durar muito, Nos saudosos campos do Mondego, De teus formosos olhos nunca enxuito, Aos montes ensinando e às ervinhas O nome que no peito escrito tinhas.
Page 125 - Sabe que quantas naos esta viagem Que tu fazes, fizerem de atrevidas, Inimiga terão esta paragem, Com ventos, e tormentas desmedidas : E da primeira armada...
Page 4 - Inclinai por hum pouco a magestade — Que nesse tenro gesto vos contemplo, Que já se mostra, qual na inteira idade, Quando subindo ireis ao eterno templo...
Page 229 - Aqui tens companheiro, assi nos feitos, Como no galardão injusto e duro: Em ti, e nelle veremos altos peitos A baixo estado vir, humilde e escuro: Morrer nos hospitaes, em pobres leitos, Os que ao Rei e á lei servem de muro! Isto fazem os Reis, cuja vontade Manda mais, que a justiça e que a verdade.
Page 96 - Desta arte foi vencido Octaviano , E Antonio vencedor, seu companheiro, Quando daquelles, que Cesár mataram, Nos Philippieos campos se vingaram. LX. Porém, despois que a escura noite eterna Afonso aposentou no Ceo sereno, O Principe, que o reino então governa . Foi Joanne segundo, e Rei trezeno. Este, por haver fama sempiterna, Mais, do que tentar pode homem terreno, Tentou; que foi buscar da roxa Aurora Os termines, que eu vou buscando agora.
Page 224 - A fortuna me faz o engenho frio, Do qual já não me jacto, nem me abono: Os desgostos me vão levando ao rio Do negro esquecimento, e eterno sono: Mas, tu me dá, que cumpra, ó grão Rainha Das Musas, co'o que quero á nação minha!
Page 78 - Taes contra Ignez os brutos matadores , No collo de alabastro , que sostinha As obras com que amor matou de amores Aquelle que depois a fez Rainha, As espadas banhando , e as brancas flores , Que clla dos olhos seus regadas tinha , Se encarniçavam, férvidos e irosos , No futuro castigo não cuidosos.

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