Poesias selectas para leitura, recitação, e analyse dos poetas portuguezes, em conformidade com as programmas adoptados para o curso de portuguez e de litteratura

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Typ. do Commercio de Pórtugal, 1891 - 320 pages
 

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Popular passages

Page 33 - Naquele engano da alma, ledo e cego, Que a Fortuna não deixa durar muito, Nos saudosos campos do Mondego, De teus formosos olhos nunca enxuito, Aos montes ensinando e às ervinhas O nome que no peito escrito tinhas.
Page 37 - Sabe que quantas naus esta viagem Que tu fazes, fizerem, de atrevidas, Inimiga terão esta paragem, Com ventos e tormentas desmedidas!
Page 37 - Converte-se-me a carne em terra dura; Em penedos os ossos se fizeram; Estes membros que vês, e esta figura Por estas longas águas se estenderam. Enfim, minha grandíssima estatura Neste remoto cabo converteram Os deuses; e, por mais dobradas mágoas, Me anda Tétis cercando destas águas.
Page 37 - Os olhos encovados, ea postura Medonha e má, ea cor terrena e pallida. Cheios de terra e crespos os cabellos. A boca negra, os dentes amarellos. XL Tão grande era de membros, que bem posso Certificar-te, que este era o segundo De Rhodes estranhissimo colosso, Que hum dos sete milagres foi do mundo...
Page 60 - Alerta, disse, estai, que o vento crece Daquella nuvem negra, que apparece. 71 Não eram os traquetes bem tomados, Quando dá a grande e subita procella: Amaina, disse o mestre a grandes brados, Amaina, disse, amaina a grande vela.
Page 40 - Que jámais lhes esconda a dura terra No seu avaro seio o frio corpo Do doce pai. ou suspirado amigo.
Page 42 - Pelo dente sutil o brando peito. Os olhos, em que Amor reinava, um dia, Cheios de morte; e muda aquela língua, Que ao surdo vento, e aos ecos tantas vezes Contou a larga história de seus males.
Page 96 - Toma novos esp'ritos, com que vença A Fortuna e Trabalho, Só por tornar a ver-vos, Só por ir a servir-vos e querer-vos.
Page 42 - E por todas as partes repetido O suspirado nome de Cacambo. Inda conserva o pálido semblante Um não sei que de magoado e triste, Que os corações mais duros enternece. Tanto era bela no seu rosto a morte!
Page 30 - C'uma aura popular, que honra se chama! Que castigo tamanho e que justiça Fazes no peito vão que muito te ama! Que mortes, que perigos, que tormentas, Que crueldades neles experimentas!

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