O escholiaste portuguez: ou, Subsidios litterarios, grammaticaes, philologicos e rhetoricos compilados dos melhores auctores e divididos em tres partes accommodadas ao estudo elementar e complementar da lingua portugueza

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Livraria Ferreira, 1883
 

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Popular passages

Page 235 - Não deu ele à avezinha o grão da espiga, Que ao ceifador esquece? Do norte ao urso, o sol da Primavera, Que o reanima e aquece? Não deu...
Page 223 - Já pelo espesso ar os estridentes Farpões, settas, e varios tiros voam: Debaixo dos pés duros dos ardentes Cavallos, treme a terra, os valles soam: Espedaçam-se as lanças, e as frequentes Quedas co'as "duras armas tudo atroam: Recrescem os imigos sobre a pouca Gente do fero Nuno, que os apouca.
Page 235 - És a junca do brejo, harpa quebrada Nas mãos do trovador! Olha o velho pinheiro, campeando Entre as neves alpinas; Quem irá derribar o rei dos bosques Do trono das colinas?
Page 538 - Assi como a bonina, que cortada Antes do tempo foi, candida e bella, Sendo das mãos lascivas maltratada Da menina, que a trouxe na capella, O cheiro traz perdido, ea cor murchada : Tal está morta a pallida donzella, Seccas do rosto as rosas, e perdida A branca e viva cor, co'a doce vida.
Page 115 - Santarém é um destes lugares privilegiados pela natureza, sítios amenos e deleitosos em que as plantas, o ar, a situação, tudo está numa harmonia suavíssima e perfeita: não há ali nada grandioso nem sublime, mas há uma como simetria de cores, de sons, de disposição em tudo quanto se vê e se sente, que não parece senão que a paz, a saúde, o sossego do espírito eo repouso do coração devem viver ali, reinar ali um reinado de amor e benevolência.
Page 218 - ... e regeladas, sem agasalho, sem lume para se aquecerem, sem pão para se alimentarem, sem energia na alma, e sem forças no corpo, comparando o passado, sentindo o presente e antevendo o futuro. Imagine o vento que ruge, a chuva ou a neve fustigando as poucas vidraças que ainda restam no edifício; imagine essas orgias tempestuosas da natureza que passam por cima das lagrymas silenciosas das pobres cistercienses, e as horas eternas que batem na torre.
Page 217 - ... os cabelos, alisa-lhe a testa, rasga-lhe os olhos, afila-lhe o nariz, abre-lhe a boca, avulta-lhe as faces, torneia-lhe o pescoço, estende-lhe os braços, espalma-lhe as mãos, divide-lhe os dedos, lança-lhe os vestidos: aqui desprega, ali arruga, acolá recama: e fica um homem perfeito, e talvez um santo, que se pode por no altar.
Page 234 - Antes de tempo haver, quando o infinito Media a eternidade, E só do vácuo as solidões enchia De Deus a imensidade, Ele existia, em sua essência envolto, E fora dele o nada...
Page 234 - Nesta a primeira flor: Sobre o invisível eixo range o globo: O vento o bosque ondeia: Retumba ao longe o mar: da vida a força A natureza anseia!
Page 431 - Que pregava o Nazareno; De modo que seja feita A tua santa vontade, Sempre a expressão perfeita Da justiça e da verdade ! Seja feita, assim na terra Como no...

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